A cultura do algodão: guia do plantio a colheita
O algodão, conhecido cientificamente como Gossypium spp., vai muito além de uma simples cultura agrícola ou commodity global. Sua relevância econômica é expressiva, fornecendo matéria-prima essencial para a indústria têxtil e para produtos diversos, desde tecidos até óleos vegetais.
No cenário agrícola, o algodão ocupa um lugar de destaque, contribuindo para o desenvolvimento econômico e gerando oportunidades em regiões produtoras ao redor do mundo.
A cada safra, os produtores enfrentam o desafio de maximizar a produtividade e a qualidade da fibra, enfrentando adversidades climáticas, controle de pragas e doenças, além de uma série de cuidados pós-colheita.
Para obter um cultivo bem-sucedido, é necessário aplicar práticas modernas e tecnologias de ponta que garantam o melhor desempenho da cultura nas condições climáticas do Brasil.
Nesse contexto, a StayAgro surge como uma parceira estratégica, oferecendo soluções específicas para cada fase do cultivo do algodão.
Como otimizar o potencial produtivo dessa cultura? Quais práticas de manejo são fundamentais para obter uma colheita de alta qualidade?
Neste artigo, vamos explorar as principais práticas de manejo para o algodão, com foco nas soluções da StayAgro.
Boa leitura!
Algodão no Brasil e no Mundo
Dados econômicos
As primeiras projeções para a safra de algodão 2024/2025 no Brasil apontam um crescimento significativo tanto na área plantada quanto na produção. A área destinada ao cultivo de algodão deve alcançar cerca de 2,14 milhões de hectares, o que representa uma expansão de 7,4% em comparação ao ciclo anterior (CONAB, 2024).
Essa ampliação, somada a uma produtividade estimada em 1859 quilos de algodão beneficiado por hectare, indica uma produção potencial de aproximadamente 3,97 milhões de toneladas, um acréscimo de 8% em relação ao ano passado.
Os números iniciais são mais elevados que as estimativas da Conab, que sugerem uma produção de 3,68 milhões de toneladas de pluma, numa área de 2 milhões de hectares e produtividade de 1831 quilos por hectare. A projeção otimista reforça as expectativas para o desempenho do setor no próximo ciclo agrícola.
Figura 1. Área de produção de algodão. Fonte: Dra. Aline Oliveira (2024).
Importância econômica
O algodão é uma cultura de grande relevância econômica mundial, sustentando a indústria têxtil como uma das principais fontes de fibra natural. Entre as 50 espécies do gênero Gossypium, apenas quatro são cultivadas comercialmente, duas originárias das Américas (Gossypium hirsutum e Gossypium barbadense) e duas da África e Ásia (Gossypium herbaceum e Gossypium arboreum).
Sua importância se reflete também na exportação e na inovação tecnológica, com investimentos contínuos em práticas de cultivo mais eficientes e sustentáveis para atender à demanda crescente por fibras naturais de alta qualidade.
Figura 2. Colheita de algodão no Brasil. Fonte: Revista Cultivar (2023).
Tipos de algodão
Devido à alta demanda por fibras de algodão na indústria têxtil, quatro espécies de Gossypium se espalharam para além de suas regiões de origem, atendendo ao mercado global.
Gossypium barbadense, conhecido como algodão de fibra extralonga, pima ou egípcio, destaca-se por suas fibras longas, finas e resistentes, sendo ideal para produtos têxteis especializados.
No entanto, seu menor rendimento torna-o economicamente menos viável em comparação ao Gossypium hirsutum. Hoje, cultivares modernas de G. barbadense são cultivadas em países como Egito, Sudão, Índia, Estados Unidos, China, Austrália, Israel, Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão, representando de 2% a 3% da produção global.
Em contraste, G. hirsutum, conhecido como algodão Upland, é amplamente cultivado devido ao seu alto rendimento e às tecnologias de proteção contra pragas e doenças, contribuindo com cerca de 95% da produção mundial. Essas duas espécies do Novo Mundo apresentam diferenças morfológicas notáveis: as flores de G. barbadense são maiores e têm uma coloração amarelo-escuro, enquanto as de G. hirsutum tendem a ser menores, em tons de creme ou amarelo claro.
Figura 3. Variedades de Algodão: Flor de Gossypium barbadense (A) e Flor de Gossypium hirsutum (B). Fonte: Cottongen Fonte: Wikimedia (2023).
A maioria das informações sobre a produção de algodão refere-se ao Gossypium hirsutum, pois é a espécie mais cultivada no mundo. A produtividade média dessa espécie em sistemas de sequeiro é de aproximadamente 800 kg/ha de fibra, enquanto sob condições irrigadas esse valor pode ultrapassar 3.000 kg/ha.
No Brasil, o cultivo de G. hirsutum predomina, produzindo fibras brancas em grande parte, embora o melhoramento genético tenha introduzido cultivares com fibras verdes e marrons, que ainda têm cultivo limitado. As espécies G. herbaceum e G. arboreum são atualmente as menos cultivadas globalmente, cada uma respondendo por cerca de 1% da produção mundial de fibras, com maior concentração de cultivo na Índia, Paquistão, Bangladesh e Irã.
Entendendo a fenologia do algodão
O ciclo do algodão é dividido em quatro fases principais: i) vegetativa, ii) reprodutiva, iii) maturação e iv) colheita.
A partir de agora, exploraremos as principais aplicações e práticas de manejo da fenologia do algodão, com dicas exclusivas da StayAgro. O ciclo completo costuma durar entre 140 e 160 dias, caracterizando-se como um período médio de desenvolvimento.
? Germinação e emergência: após a semeadura, a germinação ocorre entre 4 a 10 dias, dependendo da temperatura do solo e umidade. As sementes absorvem água, iniciando o processo de crescimento, que culmina com o surgimento das plântulas.
Figura 4. Emergência do algodão e desenvolvimento das folhas. Fonte: Elevagro (2023).
Dica de manejo com EFFUSE
O produto EFFUSE foi desenvolvido para melhorar a performance das aplicações no campo.
Com uma base oleosa poliol, ele proporciona maior cobertura das superfícies das folhas e possui ação translaminar, facilitando a movimentação dentro da planta.
Sua aplicação é realizada via foliar, sendo recomendada a dosagem de 50 a 150 ml por hectare. Essa formulação garante uma eficiência superior no manejo agrícola.
? Desenvolvimento vegetativo: após a emergência, a planta entra em fase de crescimento vegetativo, caracterizada pelo desenvolvimento de folhas, hastes e raízes. Esse período é fundamental para a formação de uma estrutura robusta e adequada que sustentará a produção de fibras.
Dica de manejo com NEUTRYN
O NEUTRYN é um adjuvante indicado para todos os tipos de aplicações na cultura do algodão. Sua formulação potencializa a ação defensiva e proporciona uma maior área de cobertura da superfície foliar, além de aumentar a absorção.
O produto é aplicado via foliar, com uma dosagem recomendada de 30 a 50 ml por hectare. É uma solução eficaz para garantir aplicações mais assertivas e otimizadas no campo.
? Formação de botões florais (chamados de “squares”): Cerca de 35 a 45 dias após a emergência, começam a surgir os botões florais. Essa fase marca o início do processo reprodutivo, sendo influenciada por fatores como luz, temperatura e disponibilidade de nutrientes.
Figura 5. Formação dos botões florais e abertura dos botões florais e após a polinização as pétalas mudam de cor.. Fonte: Elevagro (2023).
Dica de manejo com NOSTAY
O NOSTAY é um produto que auxilia no manejo de pragas agrícolas, sendo também um compatibilizador de caldas surfactantes.
Sua utilização garante maior exposição da praga ao inseticida, melhora a performance dos produtos utilizados e otimiza o controle da praga-alvo.
Com aplicação via foliar, o produto é indicado para a cultura do algodão, com uma dosagem recomendada de 50 gramas por hectare. É uma ferramenta indispensável para manejo eficiente de pragas no campo.
Florescimento: aproximadamente 60 a 70 dias após a germinação, ocorre o florescimento. As flores do algodão são inicialmente brancas ou amarelas, mudando para rosa ou roxo em um ou dois dias. Esse estágio é crucial, pois a polinização e fecundação determinam a formação das cápsulas que abrigarão as fibras.
Formação e desenvolvimento das cápsulas (ou maçãs): após o florescimento, formam-se as cápsulas onde ocorrerá o desenvolvimento das fibras e das sementes. Esse estágio dura entre 50 e 60 dias, período durante o qual as fibras crescem e se alongam.
Dica de manejo com REDUZZY
REDUZZY é um adjuvante especialmente desenvolvido para herbicidas, garantindo maior eficiência nas aplicações. Ele reduz perdas por deriva, atua como condicionador de calda e proporciona maior cobertura das superfícies foliares.
A aplicação do produto é feita via foliar, sendo indicada a dosagem de 30 a 50 ml por hectare para a cultura do algodão.
Maturação: na fase final, as cápsulas secam e se abrem naturalmente, liberando as fibras maduras. A maturação ocorre em média 140 a 160 dias após a germinação. As fibras, que contêm sementes, são prontas para a colheita e, nessa fase, a planta interrompe seu crescimento.
Figura 6. Abertura dos capulhos, mostrando a pluma do algodão. Fonte: Elevagro (2023).
Com a StayAgro, você organiza com precisão cada fase fenológica do algodão e gerencia as práticas importantes ao longo do ciclo produtivo.
Figura 7. Estágios fenológicos do algodoeiro. Fonte: Elevagro (2023).
Desde a dessecação pré-plantio, passando pelo tratamento de sementes, controle de pragas e nutrição foliar em cada estágio de desenvolvimento, até a preparação para a colheita, a StayAgro oferece ferramentas que facilitam o monitoramento e a execução de cada etapa, garantindo um acompanhamento eficiente do cultivo. Confira abaixo as práticas recomendadas para o ciclo do algodão!
Fatores que afetam o ciclo do algodão
Conhecimento fisiológico da cultura do algodoeiro
Compreender as fases de desenvolvimento fisiológico do algodão permite um manejo mais preciso das necessidades da planta.
Cada estágio — desde o crescimento vegetativo até o florescimento e formação das cápsulas — exige condições específicas de luz, temperatura e umidade, além de nutrientes para um desenvolvimento de altas produtividades.
Planejamento nutricional da lavoura
A escolha de sementes com bom vigor e qualidade, juntamente com a realização de uma adubação bem planejada, garante que o algodoeiro receba os nutrientes de que precisa em cada fase do ciclo.
É importante monitorar as necessidades de macronutrientes (nitrogênio, fósforo e potássio) e micronutrientes, ajustando as doses de acordo com o desenvolvimento da planta e as condições do solo. A nutrição foliar também pode ser aplicada em fases críticas para estimular o crescimento e a qualidade das fibras.
Análise e correção do solo
Realizar uma análise de solo periódica é fundamental para entender a disponibilidade de nutrientes e ajustar as práticas de adubação e correção, como calagem e gessagem. Um solo balanceado em nutrientes contribui diretamente para a eficiência no desenvolvimento do sistema radicular e no aproveitamento hídrico, fatores essenciais para o bom desempenho fisiológico da cultura.
Monitoramento e ajuste nutricional contínuo
Durante o ciclo, é importante monitorar o status nutricional das plantas para detectar qualquer deficiência que possa comprometer o rendimento.
Essa avaliação permite ajustes pontuais na nutrição e, assim, evita impactos negativos na produtividade. Técnicas como análise foliar e o uso de sensores podem auxiliar na identificação precisa das necessidades da planta.
A StayAgro oferece soluções inovadoras para lavouras de soja, milho, algodão, arroz, feijão e pastagens. Nosso portfólio abrange produtos para nutrição vegetal, fisiologia e tecnologia de aplicação, desenvolvidos para maximizar o potencial produtivo da sua cultura.
Entre em contato conosco e confira o portfólio completo da StayAgro. Estamos prontos para impulsionar o crescimento sustentável e eficiente do seu negócio!
Conclusão
O cultivo do algodão requer uma abordagem detalhada e cuidadosa, passando por práticas de manejo precisas em cada fase de desenvolvimento, da germinação à colheita.
O acompanhamento rigoroso e a adoção de tecnologias inovadoras são fundamentais para otimizar a produtividade e qualidade das fibras, em um cenário onde a demanda por produtos de alta qualidade é constante.
A StayAgro se destaca como parceira essencial para os produtores, oferecendo suporte em todas as etapas do cultivo, com soluções que facilitam o manejo e promovem o melhor desempenho da lavoura.
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Referência
BELTRÃO, N.E.M.; AZEVEDO, D.M.P. Defasagem entre as produtividades real e potencial do algodoeiro herbáceo: limitações morfológicas, fisiológicas e ambientais. Campina Grande: EMBRAPA, 1993. 108p.
BAKER, D.N.; LANDIVAR, J.A. Simulation of plant development in GOSSYPIUM. In: HODGES, H.F. (ed.). Cotton Physiology. Memphis: The Cotton Foundation, 1991. p.245-257.
Sobre o autor
Alasse Oliveira da Silva
Doutorando em Produção Vegetal (ESALQ/USP)
Engenheiro agrônomo e Técnico em agronegócio
Mestre e especialista em Produção Vegetal (ESALQ/USP)
alasse.oliveira77@gmail.com